A Mulher, a Maternidade e a Criança

Dicas para fazer viagens com bebês

Por Viviane Laudelino Vieira

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Tirar alguns dias de descanso sempre é bom! Eu adoro e acho uma das melhores formas de gastar dinheiro… viajando! Com filho, a rotina muda muito, mas acredito que, se apresentarmos essas experiências para eles desde cedo, é mais fácil termos conosco verdadeiros parceiros de aventura. Com a Manu, além dos passeios no interior, fomos mais longe (Argentina) quando ela tinha 9 meses. Agora, um ano depois, fizemos uma viagem mais longa, para Portugal. Com certeza, precisamos nos organizar melhor para evitarmos (ou diminuirmos) as surpresas indesejáveis . Comecei a escrever esse post antes de embarcarmos, mas decidi concluir após a viagem. Uma mensagem que tirei dessa experiência é que precisamos abstrair das experiências que tive viajando sem ter filho, senão me frustraria. O ritmo é outro, mas não necessariamente considero pior. Só é uma realidade diferente. Então, aqui, eu trago alguns cuidados importantes para uma viagem de férias não terminar numa cilada:

1. Escolha do destino e roteiro: acho que a maioria dos países e cidades é acessível para bebês (afinal, existem muitos bebês que moram em cada um desses lugares), mas é importante saber o quão familiarizado vocês estarão com um novo ambiente. Você sente que é possível ir para algum lugar com hábitos muito diferentes dos seus? Ou para um destino cujo idioma local você não entende nada e, provavelmente, eles não te entenderão? Se você banca essas opções, vá em frente! Mas é bom pensar com carinho! Locais que permitam passeios tranquilos a pé, usar carrinhos, pegar transportes públicos de forma fácil, com disponibilidade de alimentação adequada podem ser melhores opções, pelo menos, para estrear uma viagem. Também é fundamental escolher o destino de acordo com o número de adultos viajantes. Se irá um casal, ficará mais fácil dividir os cuidados (mas é para dividir!). Se você irá sozinha, considere locais mais acessíveis e viagens mais curtas. Escolhendo o destino, é hora de se antecipar e apontar melhor o que gostariam de fazer ao longo das férias. Conseguem comprar entradas antecipadas para algum passeio? Quais são as atividades para crianças recomendadas por outros turistas? Se o tempo estiver ruim, quais os ambientes fechados interessantes? Monte um roteiro para que vocês se guiem, porque, em caso contrário, correm o risco de gastar tempo quando já estiverem no destino (e é bom lembrar que um bebê tem uma tolerância menor do que a nossa).

2. Onde se hospedar: já tive experiências em hotéis, apart-hotels e apartamentos. Quando for uma viagem muito curta, provavelmente o conforto de um hotel vale a pena. Mas, se for ficar vários dias, alugar um lugar onde tenham mais espaço e independência para planejar suas refeições pode ser uma ótima opção. Na primeira viagem, como ainda tinha um cuidado maior com a introdução de alimentos e medo de uma possível reação alérgica, um local com uma mini cozinha foi fundamental. Porém, hotéis ou resorts com sistema all inclusive também são bem interessantes. A localização da hospedagem também é importante. Precisa facilitar para que façam passeios, mas também não ser um local que não ofereça silêncio (pelo menos, à noite). Nessa viagem, optamos pelo apartamento, que tem muitas funcionalidades úteis para a Manu (cozinha, cadeirão, banheiro espaçoso, local para dormir e, até, brinquedos). Um ótimo custo-benefício! Um outro detalhe: se for visitar várias cidades, procure ficar, pelo menos, dois dias em cada uma para não ficar tão cansativo para as crias. Vocês aproveitarão muito mais!

3. Meio de transporte: de carro, dirigindo, por mais que sejam várias horas, é mais tranquilo do que um transporte aéreo. Você poderá ir parando quando quiser, levar qualquer tipo de comida para vocês, trocar fraldas com um mínimo de espaço e, se o bebê quiser chorar, ninguém vai ficar de cara feia. De avião, a história muda. É preciso fazer planejamento levando em conta as horas que precisa chegar com antecedência, o tempo do voo, eventuais atrasos etc. Tente reservar um assento mais confortável com antecedência. Pode tentar reservar berço também, dependendo do tamanho do seu filho. Com relação à alimentação, se o bebê está em aleitamento exclusivo, é mais fácil. Quando já come, vale a pena carregar suas refeições. Existem bolsas térmicas excelentes que aguentam por até 5 horas um alimento congelado (que pode ser descongelado no próprio avião). Se não quiser bancar uma refeição mais completa, abuse de frutas, pães, biscoitos, bolos simples. Normalmente, por se tratar de comida para bebês, não se criam problemas para entrar com esses alimentos. Eu gosto de carregar uma receita médica para validar a necessidade de levarmos esses alimentos. Até 24 meses, bebês só têm direito a receber papinhas industrializadas (além de estar longe de ser minha primeira opção de refeição da Manu, dar papinha a alguém prestes a fazer dois anos é pedir para fracassar). Na nossa viagem, optei por reservar antecipadamente para mim uma refeição sem leite (que eu daria para a Manu), porém ela não quis comer e, na volta, a comida estava tão apimentada que seria impossível dar a um bebê. Então, é bom se precaver. Também planeje bem o que terá na bagagem de mão: algumas trocas de roupas, fraldas, lenços umedecidos, trocador portátil, fralda de pano, manta, soro fisiológico para o nariz (muito mais importante quando a viagem é aérea ou vão ficar no ar condicionado), remédios básicos (não esqueça das receitas)… Também não esqueça de brinquedos! Precisam ser objetos que não façam barulho, mas divirtam os pequenos. Vou apostar em papel com giz, fantoches e livros. Comprar algum brinquedo novo no próprio aeroporto é uma dica que ia tentar seguir, mas não deu certo porque o aeroporto de Viracopos é bem simples (mas a comissária a presenteou com um kit da empresa aérea, o que a segurou nos primeiros momentos). Como não sou adepta a celulares e tablets para bebês, tentei me segurar, mas uma hora cedi. A Manu curte ver fotos que tiramos, mas também não ajudou muito. Aliás, a única coisa que a ajudou foi o peito. Percebi que ela estava entediada e mamou praticamente o tempo todo. Foi desgastante. Sugiro levar coisas que o bebê seja apaixonado, mas mesmo assim, ter muita paciência.

4. Horários para viajar: de carro, melhor de dia, aliás, bem cedo para tentar evitar horários mais quentes. De avião, os mais experientes recomendam viajar à noite e evitar escalas. Dessa vez, fomos à noite, mas voltamos de dia. E fizemos uma escala bem rápida e foi ótimo pois pudemos nos levantar, trocá-la num lugar melhor e comer. Sobre minha opinião quanto ao horário, a viagem de dia foi mais tranquila, pois a Manu pode brincar por mais tempo e eu pude ficar acordada como as demais pessoas. À noite, ela dormia, mas aparentemente incomodada e eu fiquei mais incomodada ainda.

5. Como carregar o bebê: há alguns meses, não temos mais carrinho, mas estamos dispostos a comprar um guarda-chuva se percebermos que vai deixar a Manu mais confortável. Levamos o Mochilik que dá para usar em diversas posições, minimizando possíveis dores (em nós). Também compramos um carrinho dos mais baratos porque, durante a viagem, a Manu teve uma artralgia. No nosso caso, foi inútil o carrinho, porque realmente ele quer chão ou, então, colo/sling. De qualquer forma, é bom já viajar ciente que não dá para fazer longas caminhadas ininterruptas com bebês. Em vez de ser proveitoso, vai ser desgastante.

6. Os passeios: não acredito bebês que não aproveitem passeios de “adultos”, como museus. Pelo contrário. Só não dá para passar a tarde inteira em um mesmo ambiente, esperando que ele fique olhando pinturas raras. Intercale essas atividades com umas paradas ao ar livre, em praças e parques. E evite superlotar a agenda com programas. Dar um tempo ao longo do dia é bem interessante. Olhe a viagem sob a perspectiva do bebê. Provavelmente, ele não se interessará por uma paisagem estonteante, mas gostará de se sentar ao chão e mexer nas pedrinhas soltas, por exemplo. E respeite o horário do sono durante o dia. Um bebê descansado tende a aproveitar mais.

7. Documentos: se for fazer viagem internacional, muitos destinos exigem passaporte ou, então, carteira de identidade. Se for viajar só com um dos pais, precisa existir uma manifestação do responsável ausente para que a viagem aconteça. Essa autorização já pode vir no próprio passaporte. Vale a pena fazer cópias autenticadas desses documentos e guardar suas numerações.

8. Bagagem: Baseie-se na rotina do bebê. Se ele troca de roupa duas vezes por dia, faça o planejamento em cima disso. Verifique se há possibilidade de lavar as roupas durante a viagem, para diminuir o volume. Também veja a previsão do tempo na região para equilibrar as roupas de frio e de calor. Se viajarem para um local onde pretendem comprar roupas, diminua a quantidade de bagagem. Não se esqueça de shampoo, sabonete, pente, termômetro, pomadas para assaduras, cotonete, algodão, repelente, protetor solar, cortador de unhas.

9. Banho e local de dormir: dar banho no colo (ou em pé) é a opção mais prática. Em dois, fica mais fácil ainda. Se não for possível, leve uma banheira ou piscina pequena inflável. Para dormir, muitos hoteis oferecem berços. Veja se essa é a melhor possibilidade para vocês. Às vezes, se tiver uma cama adicional, podem simplesmente colocar o colchão no chão. Ou praticar a insuperável cama compartilhada! Fique atento se o local terá toalha e roupa de cama. Mesmo que tenha, leve uma reserva para emergências.

9. Alimentação no local: chegando ao seu destino, já identifique locais próximos onde pode comprar frutas e outros alimentos para lanches. Se puder, leve consigo alguns alimentos “coringa” para o bebê que, provavelmente, não existirão no destino. Veja também algumas possibilidades de restaurantes e tente não pular ou atrasar muito o horário das refeições.

10. Médico: tenha certeza que tem alguém (médico) para se comunicar por telefone ou mensagem em caso de alguma emergência. Isso poderá evitar idas a hospitais ou unidades de saúde com as quais não estamos acostumados com o modelo de atendimento.

Aqui, então, estão as nossas sugestões! E você? Qual mais sugere? Conte um pouco da sua experiência! E boas férias para todos!

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