Que desânimo que dá quando um bebê não come, não é? Você começa a comprar muito mais verduras, legumes e frutas só por causa da cria. Nunca cozinhou tanto na vida. Pesquisa receitas BLW, lê sobre nutrientes, deixa feijão de molho para neutralizar fitatos, faz curso… E na hora da refeição, a comida percorre inúmeros caminhos, menos o da boca. E, se chega na boca, o danado cospe!
Onde será que está o problema? Não acertou o ponto da comida? Amamentou demais e ele ficou sem fome? Amamentou de menos e ele está nervoso?
O problema, em geral, está na nossa expectativa!
Provavelmente, ficaria muito mais fácil para uma família se, no consultório médico (ou mesmo do nutricionista), ela ouvisse que o bebê tende a não sair comendo logo de cara. E pode ser que ele leve dias, semanas e, até, meses para associar a alimentação complementar com a fome. No começo, o bebê trata a comida como um brinquedo como outro qualquer. E brinquedos não são feitos para matar a fome, certo?
Por isso, nos cursos que estou fazendo, tenho trabalhado com as fases da introdução de alimentos. É uma forma da família ficar mais segura de que está no caminho certo, mas também saber como agir em cada uma dessas fases.
Então, fique atenta às características do seu filho e não tente antecipar algo que ainda não foi conquistado pelo seu desenvolvimento. Deixar que seu bebê explore cada período da sua vida é a melhor forma de garantir saúde a ele. Essa primeira fase pode durar poucos dias, mas também longos meses e isso pode ser perfeitamente normal. Estamos cercadas de crianças, adolescentes e adultos que apresentam problemas com a alimentação, seja por terem base da alimentação repleta de alimentos inadequados, seja por terem uma relação pouco saudável com a alimentação. Certamente, essas pessoas são aquelas que foram pressionadas e persuadidas a comer, além de não terem modelos nas suas relações familiares.