Alimentação e Nutrição Infantil BLW e Alimentação Complementar

Bebê pode comer… Ovo?

Quando um bebê inicia a alimentação complementar, alguns alimentos são tratados como proibidos. Alguns deles, devido ao seu valor nutricional. Outros, devido ao risco de estarem contaminados ou, então, pela chance de desencadear alergia.

Aqui, vamos tratar de alguns alimentos considerados polêmicos e vamos começar pelo OVO!

ovo

Lembro-me até hoje de um dia em que contei na creche da Manu que ela já comia ovo. Acho que ela tinha uns 8 meses… Quando a nutricionista de lá soube, veio conversar comigo, toda preocupada, por eu ter me antecipado a qualquer orientação do pediatra. Me surpreendi com tamanha confusão que causei. Hoje, vejo que não foi um fato isolado. A introdução de alimentos ainda fica muito concentrada nas mãos do médico e, em geral, cada profissional tem uma conduta própria e, às vezes, sem nenhuma relação com as recomendações atuais.

O ovo é um dos alimentos que mais causam alergia e aí está o motivo para a preocupação. Devido ao fato de ser um alimento com potencial alergênico, antigamente, acreditava-se que seria ideal retardar a exposição do bebê a ele e, inclusive, oferecer em quantidades progressivamente maiores, iniciando sempre pela gema. Assim, um bebê comia 1/4 da gema, depois aumentava-se para 1/2, aí passava a comer a clara… até comer o ovo inteiro.

Porém, em 2012, a Sociedade Brasileira de Pediatra, já trouxe a informação de que a introdução do ovo na alimentação do bebê pode ser realizada a partir do sexto mês de vida mesmo em crianças com história familiar de atopia. Segundo o manual-de-nutrologia-da-sociedade-brasileira-de-pediatria, os estudos que avaliaram os benefícios dessa introdução a partir dos 6 meses, e não tardia, observaram, inclusive, menor risco de desenvolvimento futuro de desfechos alérgicos.

O Ministério da Saúde, no dez passos para uma alimentação saudável, também traz informação semelhante: tanto gema como a clara podem ser introduzidos a partir do sexto mês de vida do bebê.

Então, não tenha receio de oferecer ovo ao bebê. Caso ele apresente alguma reação, tenha segurança de que ela ocorreria independente da sua idade. Ele é um alimento rico em proteínas de alto valor biológico, ou seja, que são bem aproveitadas pela criança. Ele também é rico em colina, que contribui para o desenvolvimento cerebral e da memória, além de apresentar vitamina A e D, nutrientes tão importantes que, para a maioria dos bebês, é prescrita suplementação ao longo do primeiro ano de vida.

E como oferecer? Pode ser cozido, omelete ou como ovo mexido. Só fique atenta para que esteja bem cozido, para diminuir o risco de qualquer proliferação bacteriana. E não se esqueça de sempre guardar os ovos sob refrigeração!

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