Amamentação Sem Mitos

Não amamente um filho que não é seu

Ontem, em seu programa televisivo, a apresentadora Daniela Albuquerque, sensibilizado com a situação de uma mãe que estava com dificuldades com seu bebê, ofereceu-se para amamentá-lo. Isso foi consentido e sua atitude foi aplaudida.

 

imagem: Rede TV

Parece uma atitude louvável, mas uma informação importante precisa ser veiculada em paralelo (parece que a reportagem será novamente transmitida). O que a apresentadora fez chama-se amamentação cruzada.

Essa prática não é nenhuma novidade e é bastante antiga. Trata-se da situação de uma mulher que amamenta um bebê que não é o seu filho.

E qual o motivo de entrarmos nesse assunto? Amamentação cruzada é uma prática que não é recomendada pelo Ministério da Saúde por oferecer um risco de transmissão de diversas doenças, algumas sérias como Aids (pelo vírus HIV), sífilis e hepatite.

A portaria N.° 1.016, de 26 de agosto de 1993 avança falando que as equipes de saúde de hospitais e maternidades devem PROIBIR que outras pessoas, além da mãe, amamentem o recém-nascido. Isso é uma informação séria e que muitos desconhecem (inclusive eu há algum tempo atrás).

Muitos podem pensar que é exagero condenar a atitude da apresentadora e de tantas outras mulheres que se dispõem em ajudar uma mãe em dificuldade. Afinal, ela não tem nenhuma doença, certo? ERRADO! Como saber? É a mesma situação de concordar em transar sem camisinha porque a pessoa parece não ter nada! Hoje em dia, já não aceitamos algo nesse sentido. A amamentação cruzada é exatamente a mesma situação. Infelizmente.

Então, como ajudar?

Se você quer auxiliar outros bebês com seu leite, doe! Em bancos de leite, ele será pasteurizado e estará livre de oferecer riscos para quem recebê-lo. Você pode ter todas as informações, aqui!

Você quer ajudar uma mãe em específico? Colabore para que ela tenha acesso a profissionais especializados para auxiliarem nessa dificuldade que ela possui, se esse for o caso. Pode ser uma consultoria em amamentação que irá na sua casa, mas também pode ser a equipe da Unidade de Saúde próxima à casa dela ou, também, um banco de leite humano.

Às vezes, a ajuda pode até ser mais simples. Se essa mãe está cansada, preocupada e com incômodos físicos, ela também poderá ter dificuldades. Leve uma comida para ela, ajude a limpar sua casa, ofereça para olhar o bebê enquanto ela toma um banho…

Então, por mais que pareça um ato de amor e solidariedade, não amamente crianças que não são os seus filhos. Divulgue mais essa informação!

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