Por: Viviane Laudelino Vieira
Até os 6 meses de vida, a Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo e, a partir de então, o bebê começa a se alimentar de outros alimentos, além do leite. Nesse período, o leite ainda é muito importante, mas, os demais alimentos serão fundamentais para ajudar na formação de hábitos alimentares saudáveis quando esse bebê crescer, além de ajudar na fala, desenvolvimento da arcada dentária e na prevenção de doenças.
Aqui, já trouxe um pouco da minha experiência pessoal na introdução de alimentos da Manu, mas agora vamos falar de algumas questões para a família conseguir proporcionar uma alimentação adequada para seus filhos:
1.Coma com seus filhos: Reunir a família no momento da refeição significa socializar o bebê. Mais do que proporcionar nutrientes adequados a ele, o momento da refeição torna-se também mais um momento para o bebê interagir e isso é extremamente prazeroso. Principamente pensando que a maioria dos pais trabalha o dia todo, valorizar esse tempo junto aos filhos contribui muito para o desenvolvimento deles.
2. Dê o exemplo: De nada adianta estar junto às crianças, mas comer alimentos diferentes deles. A criança bebe água enquanto a mãe toma refrigerante? O pai come um bife à milanesa e o bebê come carne cozida? Bebês são atentos e, aos poucos, vão percebendo as diferenças nos pratos. Como os pais são os maiores modelos para eles, ao comer alimentos diferentes dos filhos, os adultos estão desvalorizando os alimentos que estão nos pratos dos seus filhos. Assim, com o tempo, cada vez mais será difícil proibi-los de algo que está presente na casa.
3. Sentem-se à mesa sem televisão, computador ou celulares: Distrair crianças com o desenho favorito na TV ou no tablet até pode ajudar a não perceber o que está comendo e, assim, come mais. Algo que pode parecer positivo nesse momento (pois nem sempre é fácil que comam), virará um hábito prejudicial no futuro, fazendo com que dependam desses estímulos eletrônicos cada vez mais e comam mais do que precisam. Além disso, a alimentação estimulada pela TV consiste em doces, salgadinhos e fast food.
4. Faça pratos coloridos e variados: Quanto mais colorida for a refeição, certamente o bebê estará recebendo nutrientes diferentes, além de tornar o prato muito mais atrativo. Inclua alimentos diferentes nas refeições, como cereais, raízes, carnes, legumes, verduras, leguminosas e frutas.
5. Cuide do preparo e da apresentação dos alimentos: Escolha preparações que tenham diferentes texturas e sabores. Isso estimula o paladar do bebê. Invista na forma de apresentar os alimentos, dispondo-os em travessas que despertem o interesse do bebê. Fique atenta com a higiene durante o preparo dos alimentos, pois, como serão os primeiros contatos do bebê com os alimentos, eles são muito mais vulneráveis a alguma contaminação.
6. Prefira alimentos frescos: Quanto menos processado um alimento, melhor. Isso é sinal que ele apresentará pouco (ou nenhum) aditivo, como conservantes, corantes, espessantes etc, que podem causar alergias nos bebês, além de não terem nenhum efeito benéfico para a saúde da família. Optando por uma alimentação não processada, também estamos estimulando para que, no futuro, os filhos continuem tendo interesse por alimentos naturais. Você também estará contribuindo para gerar menos lixo por usar poucas embalagens e ajudando na economia de água e outros recursos naturais.
7. Mesmo que haja recusa, ofereça o alimento outras vezes: É muito comum a recusa de um alimento novo. Mas isso não significa que o bebê definitivamente não gosta de algo. Como ele está tendo contato com diversos sabores novos, ele vai estranhar diversos alimentos. Por isso, é importante oferecê-los em outros momentos, feitos de forma diferente. Também é comum do bebê, aparentemente, deixar de gostar de algo. Tenha paciência, pois existem momentos que ele não está tão bem disposto. Após alguns dias ou semanas, eles podem voltar a comer. Mas, para isso, não se deve deixar de oferecer.
8. Deixe o bebê comer livremente: A literatura indica que o bebê está pronto para comer quando ele já consegue se sentar e segurar bem os objetos. Como é um período que ele tem muita curiosidade, é positivo deixar que o bebê pegue os alimentos da forma como consegue. Oferecer legumes em pedaços que eles consigam segurar, arroz empapado para fazer bolinhas, grãos de feijão bem cozidos é uma ótima experiência para eles (leia também sobre BLW, clicando aqui). E é bom deixá-los usar suas próprias mãos para comer e procurar não pressionar para comerem mais. Eles sabem o seu limite e os pais tendem a querer superalimentar.
9. Chantagens e substituições são armadilhas: Obrigar a comer em função de não receber um castigo ou ganhar algo, como um brinquedo, ensinará o bebê que a alimentação é algo ruim e serve para que ele conquiste coisas boas. Estimular a comer é benéfico, mas não é bom descaracterizar a importância da alimentação. E é bom tomar cuidado para não oferecer algo que não seria esperado naquela refeição porque o bebê não quis comer, como dar um biscoito caso não tenha jantado. Facilmente, ele assimilará que, se não comer, conseguirá aquilo que quer.
10. Alimentos com açúcar, muito salgados e frituras podem esperar: Esses alimentos não trarão nenhum nutriente essencial para o bebê e, também estimulará o paladar para sabores intensos. No futuro, ele terá a tendência de gostar mais de produtos mais adocicados, salgados ou gordurosos e achará “sem graça” as preparações com sabores mais suaves.
11. Prefira alimentos orgânicos: Apesar de não ser tão acessível, sempre que se conseguir optar por alimentos que não utilizaram agrotóxicos para a sua produção, a família estará diminuindo a sua exposição a diversas substâncias tóxicas ao nosso organismo. É importante ficar atento, pelo menos, aos alimentos campeões em quantidade de pesticidas para fazer a opção pelos orgânicos.
12. Bebês não precisam de sopas, sucos e alimentos batidos: É provável que o bebê ainda não tenha dentes, mas a força que ele tem na gengiva é suficiente para conseguir esmagar e amassar a maioria dos alimentos. Então, não é necessário (e é prejudicial) dar alimentos liquidificados ou passados na peneira, pois eles ficarão sempre com a mesma textura. Além disso, como o estômago do bebê é muito pequeno, oferecer sopas e sucos vão preenchê-lo rapidamente, mas não estimulará a mastigação, além de terem um valor nutricional mais pobre do que alimentos sólidos.
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