O período que compreende a concepção até os 24 meses de vida é intitulado “1000 dias”. Esse tempo é fundamental para que os cuidados com a saúde sejam prestados, resultando em benefícios a curto, médio e longo prazos e, inclusive, integeracional. A amamentação e a alimentação complementar são pontos cruciais nessa fase.
O que a literatura mostra sobre os 1000 dias?
Algo que tem sido verificado é que amamentação e alimentação complementar andam juntAs. Revisão realizada por Brown e colaboradores, em 2017, mostra que as mães que realizaram o BLW apresentaram características interessantes. Elas têm maior probabilidade de iniciar a amamentação ao nascer e elas amamentam por mais tempo. O grupo cuja a introdução alimentar foi conduzida pelo bebê foi amamentado por uma média de 21,7 semanas. O grupo alimentado por colher foi amamentado por 17,3 semanas. Esse resultado sugere que, quando a alimentação é conduzida pelo bebê, ela tende a ser protetora da amamentação.
Outras informações interessantes surgiram com esse trabalho. As mães que amamentam são mais propensas a adotar um estilo de alimentação mais responsivo ao longo de diferentes fases da infância, ou seja, essas mulheres são mis sensíveis e atentas aos sinais do bebê. Além disso, a maior duração da amamentação foi associada com menor risco de excesso de peso, refeições mais tranquilas e melhor controle do apetite.
É bastante complexo perceber os efeitos isolados do BLW quando ele está, preferencialmente, em um cenário de aleitamento materno. Mas é mais do que claro que essa dupla, dentro dos 1000 dias, tende a agregar muitos benefícios: proteção à saúde, contribuição para a formação de hábitos alimentares, melhor percepção dos reflexos da fome e da saciedade e maior consideração ao desenvolvimento do bebê.
Referência:
Brown A et al. Baby-Led Weaning: The Evidence to Date. Curr Nutr Rep (2017) 6:148–156.