Alimentação e Nutrição Infantil

Criança com diarreia e vômito? Saiba como a alimentação pode ajudá-la

Tempo quente é sinônimo, muitas vezes, de algumas doenças chatas entre as crianças,como viroses gastrointestinais e intoxicações alimentares. Seus sintomas são nítidos: vômito, diarreia, febre, dor abdominal, apatia…

O contágio das viroses se dá pela água ou alimentos e contato próximo com pessoas doentes sem os devidos cuidados de higiene. Como no período de calor, as crianças usam mais piscinas e também torna-se mais difícil de manter um alimento na temperatura correta (a temperatura ambiente do Verão é ideal para a multiplicação de diversos microrganismos), aumenta-se a chance de um problema.

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Aqui em casa, tivemos um episódio às vésperas do Réveillon. Em poucas horas, a Manu ficou apática, com um pouco de febre e vômitos super frequentes, sem aceitar nenhum outro líquido além de água e leite materno por algum tempo. A virose foi arrebatadora, mas a recuperação foi rápida também. Por isso, resolvi escrever esse texto, pensando em ajudar às famílias que se depararem com uma criança nesse estado.

  • Peito, muito peito! Se o seu filho mama, mais do que nunca, esse será o alimento mais adequado, porque, além de hidratar, irá repor os diferentes nutrientes necessários ao bebê (ou à criança). Assim, a chance de se recuperar mais rápido aumenta!
  • Hidratação, em geral, é o ponto principal do cuidado. Além do leite materno, água e soro são fundamentais (para os maiores de 6 meses). Água de coco também é uma opção interessante. Se a criança estiver vomitando, como a Manu estava, a chance dela vomitar os líquidos existe e, por isso, dê em pequenas quantidades com alta frequência. A importância da ingestão de líquidos é porque crianças apresentam risco mais elevado de desidratarem. Então, essa é a regra de ouro! Mantenha seu filho hidratado. Outros líquidos, como sucos, também podem ser dados, mas eles são mais recomendados quando os episódios de vômitos cessarem.
  • Já a alimentação sólida ou pastosa passa a ser secundária quando o quadro é agudo. Se a criança está vomitando, não adianta insistir que coma, pois somente irá agredir mais seu estômago. E não se preocupe, pois alguns dias sem alimentação (ou com alimentação escassa), mas mantendo a criança hidratada, não serão prejudiciais. Se o sintoma principal for o vômito, aguarde um intervalo de cerca de 12h sem vômito antes de iniciar a alimentação. Depois, inicie com alimentos de fácil digestão: bem macios ou em formato  de sopas ou purês, como arroz, batata, macarrão, mandioca, maçã ou pera descascadas e cozidas.
  • Ainda tendo enjoos ou vômitos, saiba que alimentos gelados e frios tendem a ter tolerância maior do que os quentes, que estimulam o movimento do trato gastrointestinal.
  • No caso de diarreia, os alimentos podem ser oferecidos, mas com alguns cuidados. É importante ter cuidado para não oferecer alimentos ricos em fibras nesse momento, em especial, as fibras insolúveis, como verduras, alimentos com casca ou películas, farelos, as leguminosas (feijões, ervilha, lentilha…). Além disso, evite leite (exceto o materno) e derivados, além de alimentos gordurosos, condimentados e bebidas com cafeína. Evite também alimentos ricos em açúcar, pois podem piorar o quadro de diarreia.
  • Ofereça os alimentos em pequenas quantidades e observe as reações. Nesse momento, nos desprendemos de horários, rotinas e variedade dos alimentos. Mais do que nunca vale respeitar a criança, sem forçá-la a comer. Lembre-se de que uma virose ou intoxicação dura poucos dias e, quando for embora, a criança restabelece seu apetite rapidamente.
  • A criança irá ficar mais quietinha e não precisamos insistir que ela esteja mais ativa. O processo de defesa do organismo demanda energia, por isso é natural a apatia (além das dores e dos desconfortos que proporciona). Também procure manter o lugar arejado, evite o contato da criança com muitas pessoas e lave várias vezes as mãos delas (e as de quem estiver cuidando).  Nada pior do que ter os pais também doentes!
  • Lembre-se de conversar com o médico da criança. Eventualmente, medicações para febre, enjoo e diarreia podem ser necessários. Fique alerta caso a febre não regrida em 3 dias, se a criança ficar sem comer por mais de 2 dias, se tiver mais do que 4 episódios de vômitos em um único dia ou se mostrar sinais de desidratação (ausência de saliva, de lágrimas e de urina, lábios com fissuras e pele ressecada).
  • Depois que os sintomas regredirem, insira os alimentos da rotina da criança aos poucos. Lembre-se de que o organismo passou dias recebendo uma alimentação atípica e precisa de um período de adaptação. Porém, se é uma criança que não fica doente com frequência, ela tende a se restabelecer mais rápido, às vezes, do que um adulto.

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