Participar do seminário hoje fez passar um filme na minha cabeça sobre meu retorno ao trabalho quando finalizou minha licença maternidade em abril do ano passado.
Antes da Livia nascer eu pensava “vou voltar a trabalhar quando ela JÁ tiver 7 meses”, mas poxa! Como 7 meses passam rápido!
Quando ela fez 5 meses comecei a pensar mais intensamente no retorno, queria manter o aleitamento exclusivo até os 6, introduzir a alimentação complementar antes de começar no berçário e manter a amamentação até que ela completasse um ano. Na minha cabeça o plano estava lindo e fácil.
Pois é, só na minha cabeça!
Comecei a tentar ordenhar o leite. Não foi tão fácil como imaginei! Comecei com bomba manual, depois tentei manualmente. Depois que me adaptei a tirar com a mão (e a me entender melhor), tirar com a bomba ficou bem mais prático.
Bom, quando a Lívia completou seis meses, introduzimos frutas em sua alimentação e começamos a ofertar o leite ordenhado.
A Lívia não aceitava bem o leite quando eu oferecia e no mesmo período começamos a adaptação na escolinha.
O pessoal da escolinha foi grande parceiro! Me ajudaram a oferecer em diferentes copinhos para verificar a melhor aceitação pela pequena.
Quando retornei ao trabalho tirava 300ml aproximadamente de leite, divididos em 3 porções, da forma como ela tomava.
Eu tirava em um dia o que seria suficiente para o dia seguinte.
Alguns dias era mais difícil tirar! Optei por uma bomba elétrica para agilizar e ela inclusive ajudou a aumentar a ordenha.
Também tinha dias que a Livia aceitava menos.
Ambas sofremos com a separação e choramos alguns dias.
Meus colegas de trabalho foram grandes apoiadoras! Me incentivavam a ordenhar e me acalmavam nos dias em que o coração estava mais apertadinho!
Eu ordenhava na cozinha do departamento e armazenava no freezer. Levava pra casa em bolsas térmicas. (Farei um post detalhando melhor isso!)
Até aproximadamente 9 meses, continuei ordenhando três vezes ao dia, depois fui reduzindo conforme a aceitação da Lívia. Ela passou a tomar dois copinhos por dia e depois foi reduzindo a quantidade.
Um pouco antes de completar um ano ela passou a rejeitar o leite. Neste período sai de férias. Quando retornei ela não aceitou mais o leite no copinho. Então parei de ordenhar e de enviar o leite pra ela. Esse processo foi muito natural, pra mim e pra ela.
Hoje (com 1 ano e 8 meses) ela mama bastante quando está comigo, de manhã, quando chego do trabalho e em algumas noites, mama de madrugada.
Refletindo sobre o que discutimos no seminário (apoio, espaço, tempo, informação,…) e sobre minha vivência de manutenção da amamentação na volta ao trabalho, tomo consciência de que o apoio que tive do marido, da família, dos amigos, dos chefes foi essencial e sou muito grata pelo carinho com que fizeram isso. Mas sobretudo, acreditar em mim mesma e que era possível foi determinante para seguir com o aleitamento.