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Os doze passos para uma alimentação saudável

Durante o XV Encontro Nacional de Aleitamento Materno, foi lançado o novo Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos, do Ministério da Saúde. Se você ainda não viu o material, te convido a conhecê-lo aqui.

Ele sintetiza seus principais conteúdos nos “Doze passos para uma alimentação saudável”. Vou listá-los aqui!

1. AMAMENTAR ATÉ 2 ANOS OU MAIS, OFERECENDO SOMENTE O LEITE MATERNO ATÉ 6 MESES

É recomendado que, até os 6 meses, não sejam oferecidos outros líquidos ou alimentos. Caso haja dificuldades, como o fim da licença-maternidade, o guia orienta algumas estratégias para contorná-las. Após os 6 meses, inicia-se a alimentação complementar, sendo que, nesse período, o leite permanece o principal alimento. Depois disso, é importante que o aleitamento seja garantido até os 2 anos ou mais.

2. OFERECER ALIMENTOS IN NATURA OU MINIMAMENTE PROCESSADOS, ALÉM DO LEITE MATERNO, A PARTIR DOS 6 MESES

Feijões (feijão, ervilha, lentilha), cereais (arroz, milho, trigo, aveia, cevada), raizes/tubérculos (batata, mandioca, cará, inhame), frutas (banana, manga, laranja, melancia), legumes/verduras (tomate, couve, brócolis, chuchu, abóbora), carnes (bovina, suína, peixe, aves e ovos) e amendoim/castanhas/nozes são alimentos in natura ou minimamente processados que passarão a ser oferecidos durante a alimentação complementar. Com relação ao leite, não é recomendado que seja oferecida a bebida para os bebês amamentados, mas ele e seus derivados podem ser usados no preparo das refeições (como um purê, por exemplo).

3. OFERECER ÁGUA PRÓPRIA PARA O CONSUMO À CRIANÇA EM VEZ DE SUCOS, REFRIGERANTES E OUTRAS BEBIDAS AÇUCARADAS

Inclusive sucos não são recomendados antes dos 12 meses. Após, apesar de não necessário, ele pode ser oferecido como parte da refeição no volume de 120mL.

4. OFERECER A COMIDA AMASSADA QUANDO A CRIANÇA COMEÇAR A COMER OUTROS ALIMENTOS ALÉM DO LEITE MATERNO

Como é ainda a forma mais comum de se oferecer os alimentos, o Guia fala de se iniciar com alimentos amassados. Porém, estimula que já aos 7-8 meses o bebê receba alimentos para manipulá-los com as próprias mãos. Aos 6 meses, estimula a realização de 3 refeições; dos 7 as 11 meses, 4 refeições; dos 12 meses em diante, o bebê pode receber 5 refeições. No almoço e no jantar, é recomendado feijão, carne, cereal/raízes/tubérculos, legumes/verduras. Nos lanches, a prioridade é por frutas. Após os 12 meses, a fruta pode ser alternada com cereais/raízes/tubérculos minimamente processados ou in natura. Quanto à quantidade de alimentos, o Guia fala no respeito aos sinais de fome e de saciedade. Um prato a ser montado para um bebê de 6 meses conteria de 2 a 3 colheres de sopa, o que seria aumentado gradativamente, sendo que no segundo ano de vida, um prato teria de 5 a 6 colheres de sopa.

5. NÃO OFERECER AÇÚCAR NEM PREPARAÇÕES
OU PRODUTOS QUE CONTENHAM AÇÚCAR À CRIANÇA ATÉ 2 ANOS DE IDADE

Nenhum tipo de açúcar ou produtos adocicados, como mel e melado, devem ser oferecidos, tampouco os alimentos que são preparados com esses ingredientes. Isso diminui o risco de cáries, além de não proporcionar refeições exageradamente calóricas e para não influenciar no paladar dos bebês.

6. NÃO OFERECER ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS
PARA A CRIANÇA

Não é recomendado que sejam oferecidos alimentos industrializados cuja lista de ingredientes possua muitos itens, incluindo nomes que não são facilmente reconhecidos como alimentos, como corantes, saborizantes, estabilizantes, conservantes e acidulantes. Esses alimentos, tal como indica o Guia Alimentar para a População Brasileira, estão relacionados não somente a problemas de saúde individuais, como produzem impactos na economia, cultura e meio ambiente.

7. COZINHAR A MESMA COMIDA PARA A CRIANÇA E PARA
A FAMÍLIA

É desejável que a família, como um todo, apresente uma alimentação saudável para que o bebê possa compartilhar dos mesmos alimentos. Isso auxilia para que o bebê tenha melhor aceitação da alimentação. O uso excessivo de sal é um grande problema nas famílias brasileiras. Por isso, o Guia recomenda 1 kg de sal para uma família de 4 pessoas a cada 2,5 meses.

8. ZELAR PARA QUE A HORA DA ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA SEJA UM MOMENTO DE EXPERIÊNCIAS POSITIVAS, APRENDIZADO E AFETO JUNTO DA FAMÍLIA

Comer junto com a família auxilia no desenvolvimento da criança, porém os adultos devem estar atentos para atitudes que podem dificultar o interesse do bebê pela alimentação, como forçá-lo a comer, usar de TV/celular/tablet para distrair e outras estratégias. O momento da refeição precisa ser, acima de tudo, prazeroso.

9. PRESTAR ATENÇÃO AOS SINAIS DE FOME E SACIEDADE DA CRIANÇA E CONVERSAR COM ELA DURANTE A REFEIÇÃO

Um bebê durante a alimentação complementar, por algum tempo, saciará sua fome pelo leite. Aos poucos, ele entenderá que as demais refeições podem lhe deixar satisfeito. Assim, os adultos devem prestar atenção quando o bebê mostra interesse pela comida e, principalmente, quando ele começa a rejeitá-la para que nunca a criança seja forçada a comer.

10. CUIDAR DA HIGIENE EM TODAS AS ETAPAS DA ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA

Deve-se ter atenção para adquirir alimentos de boa procedência, cuidar do armazenamento dos ingredientes e do preparo das refeições. Um bebê apresenta menor resistência a possíveis contaminações dos alimentos. Evitar deixar os alimentos expostos à temperatura ambiente, optando por congelar porções que foram cozidas em maior quantidade.

11. OFERECER À CRIANÇA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL TAMBÉM FORA DE CASA

O Guia sugere carregar alimentos da rotina do bebê e que tenham maior praticidade para que ele consuma quando estiver fora de casa, como frutas e legumes crus. Almoço e jantar precisam ser transportados em embalagens térmicas.

12. PROTEGER A CRIANÇA DA PUBLICIDADE DE ALIMENTOS

Crianças pequenas são muito vulneráveis às propagandas explícitas e implícitas nas diferentes mídias. Por isso, menores de dois anos não devem usar celular, tablet, computador e televisores.

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