Você sabe o que é o BLISS? Primeiro, preciso falar do BLW! O BLW vem sendo escolhido cada vez por mais famílias, como sendo uma técnica de introdução de alimentos. Mais do que isso, temos muitos profissionais adeptos ao BLW. Porém, por entrar em conflito com pressupostos da introdução alimentar tradicional, existe resistência por pediatras e nutricionistas. Razão deve ser dada a eles quando pensamos que existe pouca literatura relacionada ao assunto, quando comparamos com o material que é produzido sobre introdução de alimentos de forma geral. Porém, devemos destacar que o pouco material existente vem apontando informações bem positivas sobre o BLW.
Assim, pesquisadores da Universidade de Otago estão desenvolvendo um grande estudo em que se considera a aplicação e avaliação de uma versão adaptada do BLW. Esse estudo chama-se BLISS, que significa Baby-Led Introduction to Solids. Em português, a Introdução de Sólidos Guiada pelo Bebê.
O BLISS preocupou-se com 3 questões primárias que envolvem o BLW:
- O aumento do risco por asfixia, à medida que o bebê come alimentos/pedaços pequenos sem que haja um processo de aprendizagem para isso;
- Aumento do risco de desenvolvimento de anemia;
- Aumento do risco de problemas de crescimento, pela dificuldade dos bebês comerem alimentos com maior densidade energética e, por outro lado, preferirem frutas, legumes e verduras.
Assim, o estudo traz as seguintes recomendações:
Os autores trazem resultados de um pequeno estudo no qual se compara o BLW com o BLISS. Ele mostra o BLISS como superior em relação aos componentes analisados. Porém, é importante perceber que o BLISS nada mais é do que o BLW bem orientado. Talvez aí esteja a diferença entre aquilo que muitas famílias já faziam, ao compartilhar com eles a alimentação dos adultos e a realização do BLW.
Médicos e nutricionistas deveriam já estar atentos a todos os componentes destacados pelo BLISS. Inclusive, considerando outros, como a comensalidade (a família estar em sintonia com a alimentação do bebê, proporcionando um ambiente positivo para as refeições), a inserção do bebê ao longo do contexto da alimentação, além dos momentos das refeições, a importância do aleitamento materno e o desestímulo de outros lácteos (para prevenir a anemia) e o desestímulo aos alimentos ultraprocessados, também para evitar deficiências nutricionais (ao contrário, o estudo estimula alguns alimentos fortificados em detrimento de alimentos in natura).
Assim, a introdução alimentar guiada pelo bebê precisa ser assistida pelo cuidador e orientada pelo profissional da saúde. Dessa forma, ela não oferece riscos maiores do que a introdução de alimentos tradicional. Além disso, favorece a autonomia do bebê, sua experiência positiva com a alimentação e proporciona melhor desenvolvimento.
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