A partir do momento em que se inicia a alimentação complementar, é recomendado que sejam oferecidos os diversos grupos de alimentos, incluindo as carnes. As carnes são grandes fontes de ferro, nutriente que previne a anemia, além de vitamina B12, proteínas e zinco. O ferro, por exemplo, tende a ser um nutriente que oferece preocupações porque as reservas do organismo do bebê esgotam-se ao redor do sexto mês. Inclusive, metade das crianças de 6 a 24 meses no Brasil encontram-se anêmicas (e, por isso, que é a suplementação é um programa nacional). Já a vitamina B12 só será encontrada nos alimentos de origem animal.
Caso a família seja vegetariana, temos uma situação para ser avaliada e orientada (sim… é possível termos bebês vegetarianos). Porém, muitas vezes, mesmo em famílias que comam carnes, há uma série de mitos e medos relacionados a esses alimentos. Alguns acham que são “fortes” demais para um contato com o organismo do bebê. Outros ficam com receio por serem alimentos mais consistentes e, assim, não serem facilmente mastigados. Quando a família opta pelo BLW, esse medo pode ser ainda maior, dado que o bebê comerá sozinho alimentos em pedaços maiores.
Porém, diante de tudo que já explicamos, iniciada a introdução alimentar (a partir do sexto mês), inicia-se a oferta das carnes. Assim, aqui trago algumas sugestões sobre como oferecer esses alimentos:
- Opte por cortes mais macios e suculentos. Entre um peito de frango e uma coxa, a segunda tende a ser melhor aceita. Entre um músculo e um bife de patinho, fique com o músculo. Essas carnes são sim mais gordurosas, mas isso não chega a ser um problema para o bebê. Na hora de servir, basta retirar a gordura aparente.
- Carnes vermelhas, para serem oferecidas aos pedaços, ficam melhores se cortadas em tiras com as fibras no sentido contrário do comprimento. Isso faz com que sejam soltos pedaços menores.
- Aves e peixes são mais fáceis. Então, varie bastante ao longo da semana a variedade desses alimentos.
- Para o peixe não desmanchar nas mãos do bebê, você pode empanar e assar.
- Alguns cortes bovinos e suínos precisam de bastante tempo de cozimento em temperaturas mais baixas, para que as fibras fiquem mais macias. É um bom momento para se usar a panela de pressão.
- Falando em cortes suínos, vamos falar em restrições. Aliás, da ausência de restrições. Qualquer variedade, desde que de boa qualidade e bem cozida, pode ser oferecida. Quando estamos nas localidades mais centrais e urbanas, carne bovina, suína, frango e peixes são mais comuns. Mas não há restrições para cortes mais “exóticos”, como coelho, codorna, pato, javali, carneiro etc.
- Invista em receitas com carnes. Elas garantem uma diversidade de sabores e de possibilidades de modos de oferta! Veja aqui algumas das sugestões de receitas: