Comer pra quê?
Tradicionalmente, acreditamos que um bebê precisa começar a comer novos alimentos, além do leite, por causa dos nutrientes que ele deve receber a partir de uma determinada idade. Não estou falando que nutrientes não são importantes! Mas a importância nutricional da alimentação complementar não pode ser tratada como o principal aspecto! Sabe o motivo? Quando priorizamos o aspecto nutricional, inevitavelmente caímos na armadilha de fazer o bebê comer a qualquer custo, independente da sua vontade e do seu desenvolvimento. São inúmeras formas de persuasão, pressão ou de insistência para que algo entre naquela pequenina boca. E comer à contragosto nunca pode ser saudável!
Na verdade, o principal objetivo da alimentação complementar seria o de auxiliar um bebê a ter uma relação positiva com os alimentos e com o momento da refeição! Ao final dos primeiros doze meses, ele deveria ser encantado com o que se refere à comida! Um bebê que vem feliz à mesa e não tem medo/nojo dos alimentos está muito mais propenso a ter bons hábitos alimentares não somente nessa fase, mas ao longo da vida! Além disso, um bebê que não possui reais dificuldades relacionadas à alimentação (física ou cognitiva) não teria motivos para, dentro de um ambiente saudável, não querer comer ao final da alimentação complementar. Ele pode não comer aquilo que o ADULTO deseja, mas comerá aquilo que ELE se mostrar propenso!
É disso que tratamos na abordagem do baby-led weaning: um bebê que se alimenta no seu ritmo, considerando suas motivações e é feliz no momento da refeição! Isso é saúde! Ele conhece os alimentos, come com as pessoas que mais gosta e pode satisfazer toda sua necessidade de exploração, além de matar a sua fome.
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