Amamentação Sem Mitos

Saiba o que a mulher precisa mudar na sua alimentação durante a amamentação

Quando o bebê nasce e a amamentação se inicia, é muito comum a mulher ter diversas dúvidas sobre o que pode ou não pode comer. Primeiro, vem o medo de algo inadequado à saúde de um bebê passar pelo leite. Depois, a relação entre alimentação materna e cólicas. Depois, as alergias alimentares. Aí temos uma mãe que já está cansada pelo desgaste físico e pela adaptação natural à nova fase e cheia de restrições alimentares (para alguém que mal consegue parar para comer). Muitas vezes, em vez de ajudar, isso mais atrapalha!

A mulher que amamenta, ou a lactante, tende a sentir mais fome e sede. Claro, produzir leite demanda cerca de 500kcal a mais por dia, além de muito líquido. Então, não é um momento ideal para se fazer dietas restritivas visando o emagrecimento. Amamentando sob livre demanda, é bem provável que a mulher já emagreça se tiver uma alimentação variada e saudável, incluindo pães, cereais, tubérculos e raízes, frutas, legumes, verduras, feijões, oleaginosas, derivados do leite e carnes. Se a mãe começa a restringir sua alimentação, pouco acontece com a qualidade do leite que ela produz, MAS ela aumenta muito a chance de ter deficiências nutricionais de diversas vitaminas e minerais.

De tudo que a mulher ingere, somente não é recomendado o consumo de bebidas alcoólicas (mas o Carlos González fala até em pequenas quantidades que seriam seguras). Alimentos que contêm cafeína também deveriam ser consumidos com moderação, por não ser tão facilmente metabolizada pelo bebê, deixando-o mais irritado e com alterações de sono (mas você corre o risco de ter um bebê irritado e que não dorme mesmo sem cafeína).

De todos os outros alimentos, nada é contraindicado antes de qualquer avaliação individualizada. Nem feijão por causa dos gases, nem leite pela APLV… nada! Isso não significa que o bebê não se incomode após você comer algum determinado alimento, mas isso é tão particular que, se restringirmos tantos alimentos importantes a uma puérpera, corremos o risco de fazer isso à toa.

Ah… também é importante saber que o leite materno muda seu sabor conforme a dieta materna. Então, alimentos com sabores muito marcantes também deixarão o leite com um gosto mais característico, como o alho. Mas não é por isso que você deixará de comer alho. A não ser que você seja uma devoradora desse alimento, o consumo habitual de um brasileiro não incomodaria um bebê.

Oba! Estão liberadas pizzas, cheeseburgueres, salgadinhos e doces??? Do ponto de vista do bebê, seu leite ainda continuará sendo melhor do que uma fórmula. Mas, para a sua saúde, essa alimentação sendo sua rotina não vai te trazer bons resultados. Primeiro, porque são alimentos que vão te dar um monte de energia (calorias), sem todo cálcio, ferro, vitamina C e afins que você precisa. Assim, você pode aumentar o peso, ficar com alterações de colesterol e de glicemia e ainda ficar desnutrida. Bem complicado para quem vai passar os próximos meses e anos correndo atrás de um filho!

Então, no puerpério, alimente-se bem e ingira bastante líquido, principalmente a água. Sempre que for amamentar, tenha uma garrafa de água ao lado. Quando terminar, coma uma fruta ou outro pequeno lanche. Também observe o seu bebê, mas com ressalvas. Como disse, bebês podem ter alterações de choro, irritabilidade e sono pela alimentação, mas também por diversos outros motivos, como pelo seu próprio desenvolvimento natural. Ficar tentando buscar explicações para tudo que acontece com ele na sua alimentação pode deixá-la confusa e insegura sem necessidade. Tem dúvidas, converse com o pediatra e/ou com o nutricionista.

 

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