Quando se realiza o BLW, fica a impressão de que o bebê comerá menos do que se ele fosse alimentado e, consequentemente, corre maior risco de ter baixo peso. Mas não é isso que os dados apontam!
Foi realizado um trabalho por Taylor e colaboradores e publicado no JAMA Pediatrics, em 2017, com 206 mães de bebês ao longo de dois anos, divididos em dois grupos: um que realizou o BLISS (uma abordagem baseada no BLW) e outro que foi alimentado por colher.
Os resultados mostraram que o IMC médio não era diferente entre os dois grupos de bebês, tanto aos 12 como aos 24 meses. Isso significa que o ganho de peso tende a ser igual, independente da forma de oferecer os alimentos. De forma complementar, a quantidade de energia da alimentação dos dois grupos foi estatisticamente igual. Por outro lado, os pais dos bebês que realizaram o BLISS relataram menos estresse na alimentação e maior aproveitamento dos alimentos aos 12 meses.
Há dados que mostram que bebês em BLW recebem, porém, quantidade de alguns nutrientes diferentes. Morison e colaboradores, em 2017, verificaram maior quantidade de gordura e menor de ferro, zinco e vitamina B12.
Quais cuidados para ter diante disso?
- Cuide da alimentação da família! Se o bebê irá compartilhar da refeição dos outros membros da casa, a alimentação da casa precisa ser saudável e adequada. Cuide das quantidades de gordura e de sal que utiliza. Excesso de gordura pode levar ao aumento exagerado do peso. Já o excesso de sal faz mal aos rins.
- Caso não seja vegetariano, não demore para ofertar os alimentos de origem animal. Eles são grandes fontes de ferro, zinco e de vitamina B12.
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Como são alimentos que podem oferecer maior dificuldade de ingestão por parte dos bebês no início da introdução de sólidos, crie estratégias para que o bebê consiga comer esses alimentos. Veja aqui algumas receitas que sugerimos:
Taylor RW et al. Effect of a Baby-Led Approach to Complementary Feeding on Infant Growth and OverweightA Randomized Clinical Trial.
Morison BJ et al. How different are baby-led weaning and conventional complementary feeding? A cross-sectional study of infants aged 6–8 months. BMJ Open. 2016; 6(5): e010665.